O
papa Francisco descarta o texto escrito e fala pelo coração ao povo da Sardenha,
Itália. “Aqui, na Sardenha, encontro sofrimento,
que enfraquece vocês e acaba roubando suas esperanças. Um sofrimento, a falta de
trabalho, que leva (perdoem-me por estas duras palavras, mas é a verdade) que
leva vocês a se sentirem sem dignidade.”
“Onde
não há trabalho falta a dignidade”
“E este não é
um problema só da Sardenha, da Itália, da Europa. É a consequência de um sistema
econômico que conduz a esta tragédia. Um sistema econômico que coloca no centro
um ídolo, que se chama dinheiro. E Deus quis que, no centro, no centro do mundo,
não estivesse um ídolo, mas o homem e a mulher, que levam adiante o mundo com o
seu trabalho”.
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“Neste
sistema sem ética, no centro, há um ídolo e o mundo tornou-se idólatra do
dinheiro. E para defender este ídolo ajudam o centro e provocam a queda dos
extremos mais frágeis: os idosos... Este mundo não é feito para eles...
eutanásia escondida... E caem também os jovens, que não encontram trabalho”.
“Este mundo não tem futuro, porque as pessoas não têm dignidade sem trabalho.
Este é o seu sofrimento. É uma oração: trabalho, trabalho,
trabalho.”
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Protestos
mundo afora confirmam a fragilidade dos sistemas econômicos e levam os países
europeus a crise sem precedentes desde os anos
30
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“Trabalho
quer dizer levar o pão para casa, amar, dignidade... E para defender este
sistema idolátrico instala-se a cultura do descarte: descartam-se os idosos e os
jovens. Queremos um sistema justo. Não queremos este sistema econômico
globalizado que nos causa tantos prejuízos. No centro, devem estar a mulher e o
homem, não o dinheiro”.
“Eu havia
escrito algumas coisas para vocês, mas, ao vê-los pessoalmente, me vieram estas
palavras. Entregarei ao bispo o meu discurso. Preferi dizer-lhes o que me sai do
coração ao ver vocês neste momento”.
“É
fácil dizer não percam a esperança. Não se deixem roubar a esperança. A
esperança é como as brasas sob as cinzas. Ajudemo-nos com a solidariedade,
soprando, para que venha a esperança... Devemos acalentar a esperança
coletivamente. A esperança é coisa de todos”.
“Mas sejamos
astutos. O Senhor nos adverte que os ídolos são mais astutos que nós.
Convida-nos a ter a astúcia da serpente e a bondade da pomba. Chamemos as coisas
pelo seu nome. Lutemos para que no centro esteja não um ídolo, mas a família
humana”.
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